sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

A MERCEARIA


O avio era mensal e a pagar no mês seguinte.
Tudo passava pela balança e não havia embalagens
que nos obrigassem a um quilo, se a precisão
fosse de duzentos e cinquenta gramas.
Os cheiros contavam para a avaliação da compra:
O café, o açúcar amarelo, o bacalhau…
- E o que vai ser mais?- Perguntava o merceeiro.
- Ah, já me ia esquecendo, cebolas para o refogado…
este mês não levo azeite, ainda lá há uma pinga.
No acerto das contas (as do mês anterior)
o dono da mercearia acrescentava uma mão de rebuçados
à demasia para não ficar sem trocos.